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O marketing religioso e o comercio da fé

O marketing religioso e o comercio da fé

Ó, amados em Cristo, acaso não sabem que a felicidade mundana e o paraíso celestial se encontram na razão direta da fé e do alcance da generosidade de cada um de vocês? Duvidam, queridos irmãos, que, a depender do tamanho de sua crença e de quanto cada um estiver disposto a pagar – por uma milagrosa fitinha do Senhor do Bonfim, um despacho infalível na encruzilhada ou a fração do precioso dízimo –, vocês podem ser os escolhidos da Terra e os eleitos de Deus? Pronto! O marketing da fé está feito. Agora é só pedir aos abençoados que abram seu coração a Jesus e sua bolsa ao padre, pastor ou pai-de-santo. Para o primeiro, se for católico. Para o segundo, no caso dos evangélicos, e para o terceiro ente aqueles que professam o candomblé ou a umbanda. Discursos deste tipo são utilizados exaustivamente pelas religiões, com perícia de marqueteiros profissionais, para arregimentar fiéis e angariar recursos para as igrejas. A sedução ao consumidor dos artigos religiosos (materiais ou simbólicos) segue o mesmo planejamento de uma estratégia de marketing empresarial, como num imenso supermercado da fé: nas prateleiras invisíveis dos templos religiosos, os produtos são a promessa de cura e milagre, de ascensão material, de paz espiritual, de conforto para os males do corpo e do espírito; na outra ponta, a caixa registradora. Antes tidos como práticas mercantilistas e, para os puristas, contrárias à pureza da fé, a propaganda e o marketing moderno são, hoje, vitais, para os cofres e para o projeto expansionista das igrejas. Uma verdadeira guerra santa publicitária. Nesta jihad supra-religiosa, as armas são a persuasão e o convencimento, a conquista, o número de novos fiéis e os despojos da batalha, as contribuições que pingam em moedas ou jorram no pagamento do dízimo, por parte dos desprendidos adeptos.