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O CÂNON DO NOVO TESTAMENTO

O CÂNON DO NOVO TESTAMENTO

 Antes da formação do Cânon do Novo Testamento, entendia-se como as Escrituras, os livros sagrados dos judeus, em geral na versão grega chamada “Septuaginta” que se tratava do Antigo Testamento. Nas igrejas lia-se algum dos Evangelhos e cartas dos apóstolos, particularmente de Paulo. Não ocorria a ninguém a idéia de organizar uma lista dos livros cristão que deveriam formar o “Novo Testamento”. As vezes em umas igrejas lia-se um Evangelho e em outras outro. A mesma coisa acontecia com as cartas e outros livros. Contudo, diante dos perigos de ensinos heréticos que começavam a surgir causando grande confusão no meio dos seguidores de Cristo que se espalhavam por diversos lugares, pregando e organizando igrejas, se fez necessário e urgente que os líderes compilassem uma lista ou grupo de livros sagrados. Tal lista não nasceu de modo formal. Não houve reuniões nem concílios para determiná-la, mas pouco a pouco foi-se formando um consenso dentro da igreja. Alguns livros que chegaram a ser usados por algumas igrejas locais caíram em desuso e não se incluíram no Novo Testamento. Outros livros conseguiram acolhida geral e outros foram discutidos por algum tempo antes de serem aceitos de uma forma generalizada. A aceitação destes livros por parte das igrejas, significava a total aprovação como Palavra de Deus inspirada. De onde se concluía que havia aprovação também por parte de Deus. Seguindo este raciocínio, os livros que primeiro foram acolhidos de uma forma geral foram os Evangelhos. É importante notar que os primeiros cristãos optaram por incluir mais de um Evangelho no Novo Testamento. Isto se deu porque chegaram a conclusão que se tratavam de versões distintas do ministério terreno de Jesus o que fazia com que fossem-lhe dado maior credito. A admissão dos quatro Evangelhos era uma forma também de defender os ensinamentos de Jesus, contra as heresias que surgiam com as idéias gnósticas, principalmente a que defendia que o mensageiro Divino (Jesus) havia deixado seus ensinos secretos em mãos de algum de seus discípulos preferidos. Circulavam então, supostos evangelhos que pretendiam contar esses segredos. Entre eles se achava o Evangelho de São Tomé que não havia logrado aprovação junto as igrejas locais como já mencionamos acima. Cada grupo gnóstico dizia ter o seu próprio evangelho e uma tradição secreta que os unia com o Salvador. Daí a igreja tomou a iniciativa de mostrar que a fé cristã não estava baseada neste ou naquele Evangelho, escrito por este ou aquele apóstolo, mas nos quatro Evangelhos já aprovados. É verdade que estes Evangelhos diferiam entre si, mas ao mesmo tempo concordavam nos elementos fundamentais da fé, que era a prova de que as doutrinas da igreja não eram uma invenção recente, mas refletiam os ensinos originais de Jesus Cristo. Assim, a igreja se baseou no recurso da aceitação pela tradição aberta, que era o conhecimento por parte de todos e à multiplicidade do testemunho dos quatro Evangelhos para inseri-los conjuntamente no cânon do Novo Testamento. Além dos Evangelhos, o livro de Atos e as epístolas paulinas, conseguiram aceitação geral desde muito cedo. Outros livros tais como o Apocalipse, a Terceira Epístola de João, e a Epístola de Judas, demoraram mais tempo para serem universalmente aceitos. Mas já nos fins do segundo século, a maior parte do Novo Testamento tinha vindo formar parte das Escrituras de todas as igrejas cristãs; os quatro Evangelhos, Atos e as epístolas paulinas. ==Augusto Bello de Souza Filho Bel em Teologia