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Fé e Obras [Tiago 2:14-26]

Fé e Obras [Tiago 2:14-26]

                                                                       Certa vez um pastor bem conhecido em sua cidade estava comendo peixe num restaurante, quando o ateu mais arrogante da cidade entrou e sentou-se ao lado dele.  O ateu logo começou a zombar do pastor, e perguntou-lhe, “Pois é, pastor, a Bíblia está cheia de contradições.  O que você faz quando encontrar uma delas?”            

     “Simples” repondeu o pastor.  “Há muito que ainda não entendo na Bíblia, mas faço igual o que estou fazendo com esse peixe que estou comendo.  Tiro os espinhos, coloco-os de lado, e deixo  qualquer tolo que quiser, engasgar-se neles.”

Tiago 2.14-26é um que tem sido como espinho na garganta de alguns.  Inclusive, o grande Reformador, Martinho Lutero, quase engasgou neste mesmo texto.  Ele chamou o livro de Tiago uma “Epóstola de Palha”, pelo simples fato de que não conseguia engolir o ensino de Tiago sobre Fé e Obras.  O problema centraliza-se em textos que parecem contraditórios:           

Rm 4:5 Mas ao que não trabalha, porém crê naquele que justifica ao ímpio, a sua fé lhe é atribuída como justiça.”

Rm 3.28 “Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, independemente das obras da lei.”           

Tg 2:24“Verificais que uma pessoa é justificada por obras, e não por fé somente.”         

E agora?  Quem tem razão--Paulo ou Tiago?  A Bíblia se contradiz? Somos salvos pela fé somente, ou pelas obras? Qual a importância de obras na vida cristã?  Antes de analisarmos o texto versículo por versículo (próximo artigo), precisamos tratar dessa questão. 

O problema não é tão difícil como parece, especialmente quando entendemos bem o CONTEXTO dos textos em questão.  Para descobrirmos a resposta à nossa pergunta, devemos voltar ao que a Escritura declara em claro e alto som.  Partindo do que sabemos com certeza, podemos interpretar os textos mais difíceis, dentro de seus respectivos contextos.  Vamos descobrir dois princípios fundamentais, o primeiro, a perspectiva de Paulo, o segundo, a perspectiva de Tiago.

             1.  Só fé em Jesus Cristo  salva, sem  o acréscimo de obras (a perspectiva de Paulo). O texto bíblico é unânime, de começo ao fim . . . Não há nada em nós capaz de merecer a vida eterna.       

Rm 3:10-12não há justo, nem sequer um; não há quem entenda, não há quem busque a Deus; todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer.    

Is 64:6Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia    

Ef 2:8,9Porque pela graça sois salvos mediate a fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie.   

Tt 3:5não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou .    

2 Tm 1:9nos salvou e nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos eternos.   

Rm 3:20-28“visto que ninguém será justificado diante dele por obras da lei . . . Mas agora, sem lei, se manifestou a justiça de Deus testemunhada pela lei e pelos profetas, justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos os que crêem . . . sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus; . . . Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, independentemente das obras da lei.

Quandolemos esses textos, só podemos concluir que a salvação é obra de Deus, independente das obras, para que somente Deus receba toda a glória.  A fé não é uma obra, mas uma resposta à obra prévia de Deus no coração humano.  Significa receber um presente dado por Deus.  Ninguém se vangloria por estender a mão para receber um presente.  A glória pertence àquele que o doou. 

Inclusive, à luz desse presente de valor inestimável, qualquer tentativa de comprá-lo diminui tamanho sacrifício feito por Cristo para torná-lo possível.  Por exemplo, digamos que um dia você descobre que precisa de um transplante de rim.  A única pessoa no mundo que tem um órgão compatível com seu corpo é sua própria mãe.  Quando ela fica sabendo da sua necessidade, no mesmo instante oferece doar o rim dela.  Depois da cirurgia, você chega para sua mãe e diz, “Mãe, a senhora me deu vida quando entrei nesse mundo; agora a senhora salvou a minha vida.  Sou muito grato.  Quero fazer alguma coisa para pagar a senhora pelo que fez por mim.  Quanto posso te dar pelo seu rim?  Será que R$7 seria bom? 

Essa é a diferença entre todas as religiões do mundo e o verdadeiro cristianismo.  As religiões ensinam que o homem faz boas obras PARA SER SALVO, enquanto a Bíblia ensina que fazemos boas obras POR QUE JÁ SOMOS SALVOS.  A religião exalta ao homem, e diminui tamanho sacrifício de Cristo na cruz, pois acha que pode merecer a salvação.  Mas o cristianismo exalta a Deus, pois reconhece que seria impossível pagar o que foi comprado por Cristo na cruz.  Religião é motivada pela culpa, mas cristianismo pela graça.  Religião leva à escravidão, dúvida e insegurança, enquanto cristianismo verdadeiro leva à segurança de um relacionamento filial com Deus. 

Então, qual o lugar de obras na vida cristã?  Obras são muito importantes, mas como resposta de gratidão pelo que Deus já fez por nós em Cristo. 

Paulo e Tiago estão falando em dois contextos diferentes.  Paulo combate a idéia de que um relacionamento com Deus pode ser “comprado” por boas obras, enquanto Tiago luta contra aqueles que dizem que a salvação não precisa fazer nenhuma diferença na maneira de se viver a vida.  É como se os dois estivessem de costas um para o outro, unidos, mas combatendo inimigos diferentes.  Para ambos, a fé em Cristo Jesus é o meio da salvação.  Mas Paulo combate o LEGALISMO enquanto Tiago combate a LIBERTINAGEM.   

2.  A verdadeira fé em Jesus nunca fica só, mas rompe-se em obras (a perspectiva de Tiago).

Se somos salvos somente pela fé, o que acontece depois?  Voltemos para a história do transplante de rim, doado pela sua mãe.  Se você realmente se viu como condenado à morte, sem esperança; se você  recebeu um presente de valor inestimável, um rim da sua própria mãe, sua vida depois será diferente!  Você vai amar sua mãe como nunca amava antes.  Você faria de tudo para agradá-la—ela é a sua vida!  Você vai querer servi-la—lavar louça, levá-la para comer fora, enviar o melhor cartão para o Dia das Mães, etc.  Não para ganhar a salvação—você já a tem!  Mas porque você foi salvo, pela graça e pelo amor dela! 

Tiago combate a idéia de que uma pessoa genuinamente convertida a Deus possa continuar sua vida como se nada tivesse acontecido.  A salvação verdadeira não inclui nenhum requisito além da fé—a mão do mendigo esticado para receber a esmola do céu.  Mas implica em mudança radical de vida depois, pela obra do Espírito Santo que habita no cristão, pela compreensão de tudo que Cristo fez por nós na cruz.Tiago não nos chama para “fabricar” obras, acrescentar ítens na nossa lista de afazeres espirituais.  O ponto é que uma fé verdadeira, que vem de Deus, que trouxe nova vida pelo Espírito Santo, naturalmente produz o fruto de boas obras.  Temos parte no processo, sim.  Cooperamos com a graça de Deus na produção de boas obras.  Caso contrário Tiago não teria razão de escrever.   

Paulo diz a mesma coisa em 2  Co 5:17 Se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas

Gl 2:20Sou crucificado com Cristo, logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. . 

Num certo sentido, Paulo descreve como o homem é justificado diante de Deus, enquanto Tiago descreve como o homem demonstra sua justificação diante dos homens.  Um fala da perspectiva vertical enquanto o outro, da horizontal.              

Tg 2:24“Verificais que uma pessoa é justificada por obras, e não por fé somente.”

Recebemos a vida, e depois revelamos a vida (de Jesus).  Na justificação divina, somos DECLARADOS justos.  Na justificação diante dos homens, somos DEMONSTRADOS justos.  A fé falsa baseia-se em PROFISSÃO, mas a fé verdadeira baseia-se em POSSESSÃO. Em outras palavras, a fé que salva rompe-se em obras. Esseé o ensino unânime das Escrituas: Primeiro fé, depois obras.  Mas as obras não nos santificam.  Mesmo depois da salvação, a vida cristã se vive pela fé, e não pelas obras.  As obras são resposta de gratidão produzidas em nossas vidas pelo Espírito Santo (Gal 3.1-3).  Vejo como Paulo concorda com Tiago quanto à importância de obras como resultado (sobre-)natural da salvação pela fé:    

Ef 2:10Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas.   

Tito 1:16No tocante a Deus professam conhecê-lo, entretanto o negam por suas obras, por isso que são abomináveis, desobedientes e reprovados para toda boa obra.

Tiago nos lembra de que a fé verdadeira, que abraça Jesus e Sua obra na cruz como a única esperança de vida eterna, não pode ficar só.  Infelizmente, algumas pessoas afirmavam fé em Jesus, mas era  uma fé que desejava muito a desejar.  Era uma fé como os demônios têm (Tg 2.19).  Eles crêem no único Deus.  Crêem que Jesus é o Filho de Deus; sabem que Jesus morreu na cruz pelos pecados.  E além disso, sua “fé” os faz tremer!  Eles têm uma resposta emocional.  Mas nem por isso são salvos!   

Historicamente, a fé evangélica tem entendido que a fé que salva envolve três elementos:

1)      Conhecimento dos fatos do Evangelho

2)      Afirmação dos fatos do Evangelho

3)      CONFIANÇA PESSOAL nos fatos do Evangelho para MINHA salvação.

Muitos hoje possuem itens um e dois acima.  Mas não chegam à fé verdadeira, que exige apropriação pessoal do Evangelho.  Não lançam o peso da sua esperança de vida eterna sobre o Jesus e somente Jesus.  Afirmam os fatos do Evangelho, mas não confiam unica e exclusivamente neles para vida eterna.  Esse passo “radical” só vem quando Deus converte a alma de alguém.  E quando esse “novo nascimento” acontecer, há mudanças radicais na vida da pessoa.  É isso que Paulo e Tiago afirmam juntos.  

Fé que Funciona

Tiago 2:14-26 (Parte II)

Pr. Davi Merkh

Como criança, eu gostava muito de brincar dom dominós, montando fileiras sinuosas e derrubando o primeiro na esperança de que todos caíssem.  Se por acaso houve uma interrupção do “efeito dominó”, eu sabia que algo estava errado—um dominó fora do lugar, um desnível na superfície, algum outro defeito. 

O livro de Tiago mostra o “efeito dominó” na vida cristã.  A fé genuína em Cristo Jesus inevitavelmente leva para uma vida de boas obras.  Se porventura isso não acontecer, existe ampla evidência de que algo está errado.  Ou a pessoa nunca “entrou na linha” (não aceitou Jesus de verdade) ou está com algum defeito sério em sua vida (está desalinhado ou desajustado). 

 

Já descobrimos no primeiro estudo desse texto que não existe nenhuma contradição entre Paulo e Tiago quando se trata da fé e das boas obras na vida cristã.  Descobrimos dois princípios fundamentais:

1.      Só fé em Jesus Cristo é que salva, nunca obras.  Obras não são uma condição de salvação, nem da santificação, que acontece pela fé em Cristo (Ef 2.8,9).            

2.  A verdadeira fé em Jesus nunca fica só, mas rompe-se em obras.  Obras acompanham a verdadeira fé, como expressão da vida de Cristo em nós.  São produzidas por um coração cheio de graça, não culpa. 

Recebemos a vida, e depois revelamos a vida (de Jesus).  Na justificação divina, somos DECLARADOS justos.  Na justificação diante dos homens, somos DEMONSTRADOS justos.  A fé falsa baseia-se em PROFISSÃO só, mas a fé verdadeira baseia-se em POSSESSÃO. Em outras palavras, a fé que salva rompe-se em obras. 

Só fé em Jesus Cristo é que salva,Mas fé em Jesus Cristo nunca é só.

Jesus nos disse que “pelos frutos os conhecereis”.  Se alguém professa ser crente em Cristo mas sua vida não mudou em nada, será que realmente é salvo?  Embora não possamos julgar aos outros, segundo 2 Coríntios 13.5, devemos julgar a nós mesmos:  Examinai-vos a vós mesmos se realmente estais na fé; provai-vos a vós mesmos.  Por isso, Tiago sugere provas concretas de uma fé genuína em seu livro.  Para ele “’Crer’ é um verbo ativo e presente”.   

Em Tiago 2.14-16 vamos descobrir pelo menos três características de uma fé “de boca pra fora”, e não “de coração para dentro”.  Essa fé sem o efeito dominó de obras é inútil, inválida e morta. 

I.  Fé sem Obras é Inútil (14-16) Tiago pergunta, “qual o proveito” de uma fé sem obras (vss. 14,16).  Tal fé sem obras é inoperante (vs. 20).O que ele está dizendo?  Uma fé verdadeira é como uma semente plantada no solo fértil da vida de Jesus, que tem todas as condições possíveis para gerar fruto. Se uma semente não der fruto, só existem duas opções—ou o solo é ruim, ou a semente está morta.  Sabemos que em Cristo o “Solo” é perfeito.  Então o problema deve estar na semente.            

A.  Fé Falsa é uma Fantasia!sem obras, nas palavras de Jesus, é como sal insípido, sem sabor, que não presta para nada.  É um ramo não ligado à videira, que só presta para ser podado e queimado. 

Na época em que Tiago escreveu havia muita empolgação, até mesmo “intoxicação” com a graça.  No contexto judaico de legalismo opressivo, em que o povo carregava fardos enormes de “performance” da lei, de repente, a verdade de Cristo os libertou.  Mas existia um perigo, perigo que Paulo também atacava em suas cartas.  “Pequemos, para que a graça super abunde?”   

“De jeito nenhum!”, vem a resposta tanto de Paulo como de Tiago.  Quem tem essa perspectiva nunca compreendeu a graça do Senhor!  É a prova mais clara de que nunca fora regenerado. 

Fomos salvos com propósito.  Salvação em Cristo é muito mais que um apólice de seguros de vida, que alguém compra e coloca numa gaveta e esquece!  A salvação genuína significa uma vida “em Cristo” com “Cristo em nós”. 

Asperguntas no vs. 14 é retórica; os leitores já sabiam a resposta: “Qual é o proveito, se alguém disser que tem fé, mas não tiver obras?  Pode, acaso, semelhante fé salvá-lo?”  Entende-se que existem vários tipos de “fé”.  Existe uma fé verdadeira e uma fé falsa.  A primeira é uma possessão, a outra é mera profissão.   Por isso a pergunta, “pode, acaso ‘semelhante’ fé salvá-lo?”  Esse tipo de fé falsa é inútil.  

B.      Fé Falsa é Insensível.

Vss 15 e 16ilustram a  insensibilidade (inutilidade) de tal fé.  Por ser uma fé morta, não responde.  Não faz nada.  Não reage.  Não sente.  Não faz bem para ninguém, muito menos a pessoa que diz que a possui.  Seria o auge de auto-engano e crueldade imaginar que meras palavras de consolo tomariam o lugar de obras de consolo.  “Aquela” fé é “de boca pra fora”. As palavras de quem diz “Ide em paz, aquecei-vos e fartai-vos” caem para terra.  É uma fé falada, não uma vida vivida.  É uma falsa compaixão, sem coração, sem realidade, uma fantasia 

Temos que questionar a nós mesmos se temos criado calos na nossa fé.  Se estamos ficando endurecidos pelas necessidades que encontramos ao nosso redor.  Se não somos mais chocados pela miséria que o pecado tem produzido em nosso mundo. . . crianças com defeitos físicos . . . mendigos . . . bêbedos . . .aidéticos . . . ovelhas sem pastor.   

Seráque somos compassivos diante de por atores e atrizes em filmes e novelas, mas endurecidos diante de tragédias na vida real?

De que vale nossa ortodoxia se não resulta em ortopraxia?

Quantas vezes nossa fé não passa de hipocrisia, palavras vazias que soam bonitas mas que fazem absolutamente nada?  Quantas vezes caímos numa rotina de chavões evangélicas, mas que não fazem bem para ninguém!  Há pessoas que conseguem farejar falsa doutrina de 50 km, mas não conseguem dar um copo de água fria para uma pessoa sedenta.  Tiago, falando em nome de Deus, não tem paciência para esse tipo de fé cerebral e hipócrita.  Fé sem obras é hipocrisa.Obras sem fé é religiosidade.Fé que rompe-se em obras é espiritualidade.

II.  Fé sem obras não se valida (18-25)

A palavra “justificação” admite de mais de um significado no Novo Testamento. Quando Paulo fala em “justificação” do crente, normalmente descreve um ato judicial do Supremo Juíz, em que Ele declara alguém não somente livre do pecado, mas coberto da justiça de Jesus (2 Co 5:21).  Ser “declarado justo” é o significado básico de “justificação”.  Nesse caso, essa “transação” acontece entre Deus e o homem só, e é invisível por outros homens.  Então, como saber se é verdadeira? 

Aúnica maneira de tornar fé visível é pelas obras.

A fé invisível torna-se visível quando veste-se em obras.

Assim como existem dois tipos de fé (profissão e possessão), também existem dois tipos de justificação.  Existe um outro significado, o uso de Tiago aqui, que significa “mostrar-se justo” ou “validar(cp. Rm 3:4,1 Tm 3:16, Lc 7:35). 

Por exemplo, quando falamos em “justificar um voto”, queremos dizer “validar nossa ausência na votação”. Quando Tiago fala em justificação, tem em mente essa idéia de “validar”a fé.  É a idéia de ter  o “reconhecimento de firma” da nossa fé.  No cartório humano nossas obras validam a fé que dizemos que temos.   

Paulo diz,  “Deus justifica quem crê em Jesus, sem obras da lei.” Tiago acrescenta,  “O homem tem sua fé validada pelo fruto que produz.”  Em ambos os casos, salvação é sempre pela fé, sem obras, sem condição, a não ser fé em Cristo Jesus.  Mas essa fé é “radical”—produz mudanças na “raíz” do coração, que com o passar do tempo, produzem fruto. 

A.      Fé Verdadeira exige Mais que Conhecimento e Emoção (18-19)

Tiago usa o efeito “choque” para defender sua tese.  Distingue entre dois tipos de fé—uma fé falsa, invisível, ou pelo menos incompleta, que até os demônios tem, e uma fé verdadeira, visível, que manifesta-se pelas obras. 

Segundo vs. 19, os demônios são ortodoxos!  Monoteístas, trinitarianos, crêem na divindade e humanidade de Jesus, crêem que Jesus morreu na cruz pelos pecados, crêem que ressuscitou ao terceiro dia!  Além disso, eles têm uma reação emocional a esses fatos (tremem). Mas não são salvos.  Falta-lhes um ingrediente essencial, que transforma fé falsa em fé genuína: CONFIANÇA. 

B.  Fé Verdadeira Justifica-se Pelas Obras (20-23). 

Abraão foi DEMONSTRADO justo 30 a 40 anos depois que foi DECLARADO justo, quando ofereceu Isaque no altar (Gn 22).  Leia bem o texto.  Tiago afirma a salvação pela fé somente . . . vs. 23 deixa isso muito claro, citando Gn 15:6. “Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça”.   Mas veja bem: O processo que se iniciou depois que ele creu em Deus--a semente da sua fé-- brotou, e 40 anos depois, justificou-se diante de Deus e do mundo.  Sua fé na realidade de Deus, na obra de Deus em sua vida, na promessa de Deus, era tão grande, que ele podia colocar TUDO no altar de Deus, seu único filho, o filho da promessa, sua esperança do futuro, sua alegria.  Somente uma fé madura, arraigada na soberania e no amor de Deus, é capaz disso. 

Conforme vss 22 e 23, “foi pelas obras que a fé se consumou”, ou seja “se aperfeiçoou”, se fez “perfeita”, completa.  Em outras palavras, o fruto da fé é obras. 

Às vezes, teremos que esperar muito tempo, como Abraão, para ver que tipo de fruto a fé a de produzir.  Mas certamente será produzido.  E se não existe, temos toda razão para questionar se a fé existe também. 

Por isso vs. 24 diz que somos justificados—no sentido de sermos demonstrados como pessoas de fé—pelo fruto da nossa fé.  A pessoa é DEMONSTRADA justa pelas obras baseadas em fé.

Umsegundo exemplo é Raabe.  Ela começou do outro lado do espectro da humanidade que Abraão—prostituta, cananita, mulher mentirosa.  Mas ela também foi aceita por Deus, baseada numa fé inabalável em Deus e Sua Palavra, e depois, manifestada diante de todos por obras de fé, obras arriscadas.  Ela colocou tudo no altar também, e assim sua fé foi validada. 

III.  Fé sem obras é morta (17, 20, 26)

O grande clímax do texto está no vs. 26.  De fato, começa no vs. 17:  A fé invisível—fé “de boca pra fora”—não é uma fé viva, não é uma fé verdadeira, mas morta.  A ordem é simples: Recebemos a vida, e depois revelamos a vida (de Jesus).

Assimcomo um corpo sem o espírito não tem força, nem vida, assim uma “fé” que não rompe-se em obras é morta.  Fica totalmente insensível, fria, dura.  Não reage.  Não sente.  Não mexe.  Não cresce.   

O que fazemos revela quem somos.  Se não fazemos nada, somos mortos.  Se a árvore só produz fruto podre, a árvore está podre:           

Mt 7:16-20 Pelos seus frutos os conhecereis.  Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos?  Assim toda árvore boa produz bons frutos, porém a árvore má produz frutos maus.  Não pode a árvore boa produzir frutos maus, nem a árvore má produzir frutos bons.  Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo.  Assim, pois, pelos seus frutos os conhecereis.           

1 Jo 3:7-10 Filhinhos, não vos deixeis enganar por ninguém; aquele que pratica a justiça é justo, assim como ele é justo.  Aquele que pratica o pecado procede do diabro, porque o diabo vive pecando desde o princípio.  Para isto se manifestou o Filho de Deus, para destruir as obras do diabo.  Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática de pecado; pois o que permanece nele é a divina semente; ora, esse não pode viver pecadno, porque é nascido de Deus.  Nisto são manifestos os filhos de Deus e os filhos do diabo: todo aquele que não pratica justiça não procede de Deus, também aquele que não ama a seu irmão.

Não podemos “fabricar” boas obras.  São o produto natural de quem tem vida em si, a vida de Jesus, cultivada e demonstrada pelo Espírito Santo, que nos “cutuca” em direção a um caráter aprovado por Deus.  Tiago escreve por esse mesmo Espírito para nos “cutucar” em direção às obras que revelam uma fé verdadeira.  Podemos recapitular as “obras” que ele mesmo já mencionou até esse ponto no livro como provas de uma fé genuúina, uma fé presente e ativo:

1.      Reage as provações com alegria(1.2-12)

2.      Resiste tentação,CRENDO que Deus é bom e que não tenta a ninguém, mas que a culpa pelo pecado vem de mim mesmo (1.13-18)

3.      Recebe a Palavra, como praticante e não somente ouvinte.  Quem foi regenerador pela Palavra da verdade não consegue mais viver sem ela.  Deve sua vida a Ela! (1.19-25).

4.      Reflete sua religião em generosidade, santidade epalavras peneiradas (1.26,27).

5.      Rejeita favoritismo(2.1-13).  

Mais tarde na carta, Tiago dará outras obras que são fruto natural de quem realmente crê em Jesus.  Mas por ora, cabe a nós fazermos o que Paulo sugere em 2 Co 13:5, e examinar-nos a nós mesmos, para ver se realmente estamos na fé.  Se confiamos, mas confiamos mesmo em Cristo Jesus e somente Cristo, então é hora de deixar que a vida dEle seja vivida em nós, em nosso caráter, transformado diariamente, de glória a glória, à imagem de Cristo.                                                           

Só fé em Jesus Cristo é que salva,Mas fé em Jesus Cristo nunca fica só.